Cátia Batista, Susana Peralta, Fernando Anjos, José Tavares, Pedro Brinca e Pedro Pita Barros (que assina a versão inglesa no voxeu: https://voxeu.org/article/european-union-and-democracy-must-deliver) fazem parte de um grupo de economistas que apresentou um manifesto a defender um conjunto de ações rápidas perante a pandemia de Covid - 19. "A pandemia do Covid-19 é um evento extremo que pode ameaçar a sobrevivência da União Europeia (UE) e dos regimes democráticos dos seus membros", sublinham. E por isso "a UE tem de atuar já, não só para evitar o sofrimento da sua população, mas também para se salvar a si mesma e os valores democráticos que diz defender." Desde logo, para sustentar as medidas de apoio à economia é preciso acesso a financiamento de emergência e isso implica permitir que os países acumulem agora elevados défices orçamentais, sem temerem pela sua capacidade de financiamento futura, argumentam. "Neste contexto de enorme incerteza, acreditamos que qualquer coisa semelhante à monetização do défice (possivelmente com nome diferente) é uma parte necessária da solução", defendem os economistas. "Face a circunstâncias excecionais, o Banco Central Europeu tem de ser autorizado a financiar tal programa", acrescentam, adiantando que "uma possibilidade é que o BCE o faça na forma de empréstimos de longuíssimos prazos (mais de 50 anos) a taxas de juro muito baixas (possivelmente, zero) e, com certeza, com amortizações muito diferidas no tempo e crescentes no tempo." Os mesmos economistas da Nova SBE fazem ainda parte do grupo que propôs um gabinete de monitorização de produção e distribuição de bens essenciais. O objetivo é recolher e usar dados em tempo real para prever “e, idealmente, evitar cortes no fornecimento de bens essenciais” assim como ser “um catalisador de iniciativas do sector privado, com e sem fins lucrativos”, que “assegurem a sustentabilidade das cadeias de produção e distribuição e dos fluxos de comércio internacional necessárias à disponibilização de bens essenciais”.