Annual African Tourism Outlook: Turismo em África em Recuperação, mas Ainda Abaixo de Níveis pré-Pandemia
Investigação | 08 fevereiro 2024 Annual African Tourism Outlook: Turismo em África em Recuperação, mas Ainda Abaixo de Níveis pré-Pandemia

O Annual African Tourism Outlook reúne informação detalhada sobre o ecossistema e desempenho do turismo de cada país em análise e destina-se a decisores que, nas áreas do turismo, finanças e comércio precisam decidir de forma consciente e informada sobre o turismo local, avaliando os potenciais riscos, desafios e oportunidades.  

A informação disponibilizada – resultado de um extenso trabalho de recolha dos dados mais recentes (2021) disponibilizados pela UNWTO – Organização Mundial do Turismo – avalia áreas estratégicas que incluem categorias como chegadas, despesas, destinos internacionais, partidas e chegadas internacionais, emprego e indústrias.  

Os dados analisados permitem identificar que a Tunísia, Marrocos e Egito lideraram o total de chegadas internacionais (o que demonstra maior alavancagem do turismo nestes territórios) revelando ainda sinais otimistas de recuperação nas despesas de transporte de passageiros, em outros países com o Sudão do Sul e a Gâmbia a registarem uma recuperação superior a 100%. Apesar dos dados revelarem a recuperação do turismo em vários países do continente, nenhum país africano registou um crescimento nas chegadas internacionais em comparação com os níveis pré-pandémicos (2019).   

Analisando as taxas de emprego após a pandemia e tendo como referência o ano de 2019, Madagáscar, Serra Leoa e Costa do Marfim, registam uma recuperação significativa atingindo taxas de crescimento de 7,43%, 7,29% e 6,68%, respetivamente. Egito, Uganda e África do Sul destaca-se pelos números totais de emprego (1,9 milhões, 1,1 milhões e 0,7 milhões de postos de trabalho, respetivamente) o que evidencia o importante papel do turismo na criação de emprego.  

África do Sul lidera a tabela de destino preferencial no continente, atraindo três vezes mais visitantes do que o segundo classificado: a Tanzânia. O Egipto destaca-se como destino global, atraindo especialmente viajantes das Américas, Europa, Ásia Oriental e Pacífico. Os viajantes provenientes do Médio Oriente deslocaram-se maioritariamente para a Tunísia, Egito e Líbia enquanto o Quénia se destacou como um destino preferencial dos viajantes do Sul da Ásia.   

No que se refere a despesas turísticas, a África do Norte e a África Oriental registaram os valores mais elevados ultrapassando, cada um deles, os mil milhões de dólares. A África Central e Austral registou valores comparativamente mais baixos, tendo apenas a Etiópia ultrapassado o limiar dos mil milhões de dólares.   

Em resumo, as conclusões do Annual African Tourism Outlook apresentam um panorama do turismo em África diversificado, com cada país a apresentar tendências e contributos específicos. Contudo, importa ressaltar que, para indicadores como ‘Total de Partidas Internacionais’, ‘Emprego’ e ‘Método de Chegada’, por exemplo, é possível identificar uma sub-representação de dados das regiões africanas de forma transversal. Isso quer dizer que os países em questão não comunicaram quaisquer valores à OMT para o "Compêndio de Estatísticas do Turismo, Dados 2017 - 2021, Edição de 2023”. Nesse sentido, para além de fornecer uma visão holística do setor do turismo no continente africano, o Annual African Tourism Outlook defende uma comunicação mais frequente dos dados relativos ao turismo, pelos países africanos, de forma a permitir mais decisões informadas no setor de turismo africano.  

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