Relatório de Acesso das Crianças a Cuidados de Saúde
Notícias | 12 fevereiro 2024 Relatório de Acesso das Crianças a Cuidados de Saúde

O acesso da população a cuidados de saúde é um dos objetivos centrais dos sistemas de saúde. Este relatório centra-se na avaliação desse acesso para agregados familiares com crianças (menores de 15 anos) em Portugal continental. Com base em dados de inquérito recolhidos desde 2013 pela Nova School of Business and Economics, analisa-se comparativamente o acesso desses agregados em relação a agregados compostos apenas por adultos ou pessoas em idade ativa.  

Exploram-se várias dimensões do acesso, incluindo a decisão de procurar cuidados de saúde perante um episódio de doença, bem como a existência de barreiras financeiras e não financeiras. Os resultados revelam que, quando se têm em consideração características como o escalão socioeconómico, agregados familiares com crianças não apresentam diferenças significativas no acesso a cuidados de saúde em comparação com outros agregados. No entanto, observa-se um claro gradiente socioeconómico, indicando que agregados em escalões mais desfavorecidos têm uma probabilidade maior de enfrentar barreiras de acesso a cuidados de saúde, independentemente da presença de crianças no agregado. 

 

Partilhamos convosco alguns dados relevantes: 

  • Em 2022, entre agregados familiares com jovens/crianças com menos de 15 anos, um inquirido do escalão socioeconómico E tinha uma probabilidade de não adquirir todos os medicamentos que devia quase três vezes superior à de um inquirido do escalão D (50,70% vs. 17,11%) e aproximadamente doze vezes superior à de um inquirido dos escalões A/B (50,70% vs. 4,22%). 

  • Nos últimos anos se registou um favorecimento por medicamentos genéricos, no momento de aquisição dos fármacos: em 2022 a probabilidade de um inquirido pertencente a um agregado familiar com crianças/jovens com menos de 15 optar por um medicamento genérico é 36,05% superior à probabilidade registada em 2020. 

  • Entre agregados com crianças com menos de 15 anos, a probabilidade de um inquirido não ir a uma consulta por questões de índole financeira passou de 2,14% em 2021 para 7,35% em 2022, correspondendo a um aumento de 243,38%. 

  • Tanto agregados com menores de 15 anos como agregados compostos apenas por pessoas adultas ou em idade ativa procuram cuidados de saúde maioritariamente no setor público. 

  • Em 2022, 85,84% dos inquiridos de agregados com menores de 15 anos tinham médico de família, em Portugal Continental. No entanto, há grandes disparidades geográficas: na Grande Lisboa apenas 65,27% dos inquiridos de agregados com menores de 15 anos tinham acesso a médico de família. 

 

🌐 Aceda ao relatório completo aqui:

 

Este relatório é parte da Social Equity Initiative , uma parceria entre a Fundación "la Caixa" , BancoBPI, e a Nova School of Business and Economics.  


Autores do estudo: Pedro Pita Barros e Carolina Borges da Cunha Santos  

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