Nova Sustainable Way of Life: Entrevista Exclusiva com Luís Veiga Martins
Nova Promove | 29 dezembro 2020 Nova Sustainable Way of Life: Entrevista Exclusiva com Luís Veiga Martins

O esquema de depósito de embalagens de bebidas Nova SBE x TOMRA x Câmara Municipal de Cascais é o primeiro projeto-piloto em Portugal. O quão pioneiro é este passo para a Nova SBE e também para o país?

Esta é a maneira de estar da Nova SBE. Somos um agente ativo da mudança de paradigmas, testando as diferentes soluções e alternativas desenvolvidas pelas empresas e trabalhando em conjunto com a comunidade no laboratório vivo que é o nosso campus. Desta forma, colocamo‑nos à disposição dos diferentes agentes económicos e do Estado para analisar e testar as melhores soluções com vista a um futuro sistema de depósito em Portugal.


Como é que a parceria com a TOMRA, a conhecida multinacional norueguesa especialista em soluções de reciclagem, foi estabelecida?

Aconteceu um pouco naturalmente, ou seja, Portugal definiu como objetivo a execução de um sistema de depósito obrigatório para embalagens de bebidas não reutilizáveis em 1 de janeiro de 2022. Era necessário estudar e pensar num modelo através de um piloto no nosso campus que abrangesse consumidores, restaurantes, o supermercado, vending machines e o ginásio. Para tal, era necessário estabelecer uma parceria com um agente que, tal como nós, fosse líder de mercado, tivesse experiência e buscasse sempre excelência nas soluções que oferece ao mercado – foi aqui que surgiu a TOMRA. Por isso, acabou por ser uma parceria natural.


O quão únicos e importantes são os esquemas de depósito de embalagens?

Estes sistemas de depósito são a única forma de serem cumpridos os objetivos de recolha de embalagens de bebidas não reutilizáveis. Estamos perante um sistema com resultados comprovados nos diferentes países onde já se encontra em execução há vários anos. Muitos deles apresentam taxas de recolha superiores a 90 %, o que ilustra bem a sua eficácia. Desta forma, por exemplo, estamos a minimizar a quantidade de garrafas de plástico que podem ir parar aos oceanos, promovendo a valorização através da reciclagem de resíduos e gerando mais valor, mais emprego e um melhor ambiente.
Agora deverão ser cumpridos determinados requisitos para garantir os objetivos que se pretendem alcançar com este sistema de recolha complementam o dos ecopontos para as restantes embalagens.
As embalagens de bebidas que fazem parte do sistema de depósito deverão estar corretamente identificadas, facilitando a devolução do depósito que o consumidor pagou aquando da aquisição da bebida, estabelecendo um valor mínimo de depósito por embalagem de bebida, entre outros elementos.


Que significa este projeto, no que respeita a sustentabilidade, para a Nova SBE, o impacto que terá na sua comunidade e para a sociedade em geral?

A introdução deste piloto permitirá e contribuirá sobremaneira com o desvio de resíduos de aterro, um dos objetivos que a Nova SBE tem definido. Ao estabelecermos, no nosso campus, um sistema estamos também a educar o consumidor para que tenha comportamentos sustentáveis relativamente à separação dos resíduos no dia à dia. É também este o papel das universidades através deste tipo de iniciativas – educar, de forma não formal, além dos programas académicos.


Ao fazer isto, a Nova SBE assume o compromisso que fez quando subscreveu o New Plastics Economy Global Commitment da Ellen MacArthur Foundation. Que outros acordos, parcerias ou pactos está a Nova SBE a estabelecer para desempenhar o seu papel enquanto instituição que contribui para a aquisição de conhecimento e teste de soluções alternativas?

A Nova SBE quando subscreve ou participa em redes gosta de desempenhar o seu papel de forma ativa sendo um agente ativo de mudança. Por isso, além da assinatura do New Plastics Commitment, faz também parte da rede UNGC, SDSN e da PRME. Estas são organizações que promovem ou que tem como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.Relativamente ao PRME, a Nova SBE é uma das 38 escolas em todo o mundo, das mais de 900 universidades da rede, a fazer parte do PRME Champions Cycle promovendo, assim, a execução dos seis princípios que norteam esta organização. Estes são o sentido de propósito, a reponsabilidade social das organizações, a execução de métodos para uma liderança responsável, investigação que promova desenvolvimento sustentável, a promoção de parcerias e, por fim, promoção do diálogo na sociedade. Para que tudo isto possa acontecer há que procurar e potencializar projetos – como, por exemplo, o do depósito obrigatório.


Que projetos, iniciativas e esforços está a escola a levar a cabo para abordar os desafios globais atuais e promover desenvolvimento sustentável?

Para responder a isso nada melhor do que aceder à nova plataforma da Nova SBE – Nova SBE Role to Play. Aí podererão encontrar todos os diferentes projetos e iniciativas que a comunidade Nova SBE desenvolveu, ou pretende desenvolver. De qualquer forma, destaco duas inciativas: 1. O projeto BIOS, que consiste num sistema inovador de cultivo de vegetais em ambiente fechado que, através de tecnologia e monitorização de dados, aproveita a energia desperdiçada dos edifícios e as suas emissões de CO2 como fator de produção. E 2. O Cascais Smart Pole by Nova SBE – um projeto em desenvolvimento que pretende ser um espaço de experimentação em que a interação de todos os stakeholders permitirá caminhar no sentido da neutralidade carbónica. O incentivo à mudança de comportamentos, e consequente responsabilização, será garantido por um mercado virtual de emissões de GEE, acessível por todos os stakeholders, que permitirá monitorizar e reduzir a pegada individual e corporativa, paralelamente à demonstração de projetos-piloto de diversas áreas temáticas, a decorrer na área do Cascais Smart Pole by Nova SBE.


Como é que a Nova SBE está a contribuir com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e como é que a sustentabilidade pode ser um acelerador para o futuro?

Os 17 ODS são parte integrante da estratégia da Nova SBE e, enquanto plano de ação, continuarão a nortear-nos nesta jornada da sustentabilidade. E tudo começa pela base. No que diz respeito a membros do staff e docentes, durante o primeiro período de confinamento não parámos e organizámos workshops que contaram com a participação de cerca de 150 pessoas sensibilizando a comunidade para a Agenda 2030. Além disso, todos os nossos programas académicos passaram a explicitar qual o ODS para o qual estão a contribuir, bem como a investigação publicada pelo nosso corpo académico. As iniciativas promovidas no âmbito dos Nova SBE Knowledge Centers e clubes de anos têm um propósito claro de desenvolvimento de competências, mas também de contributo para os ODS. Estes são alguns dos exemplos do que temos vindo a fazer, mas muito mais está para vir.
Nós, enquanto Nova SBE, temos a responsabilidade de apoiar a transformação para uma sociedade mais sustentável, semeando valores que possam incutir nos nossos alunos, docentes e membros de staff atitudes mais responsáveis ao longo das suas vidas pessoais e profissionais, a fim de poderem utilizar o nosso campus como uma vitrine de sustentabilidade, com impacto local, nacional e global. Este é o nosso Role to Play!

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