O acesso adequado da população a cuidados de saúde é um objetivo central dos sistemas de saúde e um pilar fundamental para a equidade. Este relatório, baseado numa amostra representativa da população com 15 ou mais anos residente em Portugal continental, analisa a evolução do acesso a cuidados de saúde no país entre 2013 e 2023. Focado nas decisões tomadas pelos cidadãos desde o momento em que se sentem doentes, o relatório identifica desigualdades significativas associadas a fatores socioeconómicos, demográficos e geográficos, que comprometem a equidade no sistema de saúde.
Em 2023, os episódios de doença foram mais frequentes em pessoas em situação de vulnerabilidade económica, grupo que também enfrenta maiores dificuldades no acesso a cuidados. Apesar da eliminação de grande parte das taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos anos, continuam a observar-se barreiras financeiras no acesso a cuidados de saúde, sobretudo devido aos custos associados a medicamentos prescritos. O recurso ao SNS é cerca de dez vezes superior ao do setor privado, com os cuidados de saúde primários a serem os serviços mais frequentemente procurados, apesar da redução acentuada na população com médico de família atribuído nos últimos anos.
O relatório inclui ainda uma análise inédita numa ótica geracional, destacando o aumento da prevalência de doenças crónicas em indivíduos com 50 ou mais anos. Embora parcialmente explicado por maior sobrevivência e avanços no diagnóstico precoce, este aumento sublinha a necessidade urgente de políticas que previnam doenças crónicas e assegurem que os ganhos em esperança de vida se traduzam em mais anos vividos com saúde.
🌐 O relatório já pode ser descarregado aqui:
Este relatório faz parte da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação "la Caixa", o Banco BPI e a Nova SBE.
Autores do estudo: Pedro Pita Barros e Carolina Borges da Cunha Santos.
▶️ Veja o video da apresentação deste relatório aqui: https://youtu.be/awRS8WJhhF0?si=u0096z0KMT4wvDk2